Tenho um novo blogue: http://cmafonso.wordpress.com/
Vou deixar de escrever neste blogue. Aliás, tenciono "desmantelar" este blogue, ir passando os posts que aqui tenho para o novo blogue.
Aos leitores deste blogue fica o convite para visitarem o meu novo blogue, onde continuo a abordar os meus temas.
sábado, 13 de novembro de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Poem "Not to be, to Be!", Carlos Afonso
.
This poem is an evident extension of my previous poem "An ice cube" (http://desentropiando.blogspot.com/2010/07/poem-ice-cube-carlos-afonso.html).
.Not to be, to Be!
An ice cube
drifting
in boiling water
trying to keep
his solid state.
How long
will he manage?
Long enough
to find
and merge with
another ice cube?!
(But then
they would be
two ice cubes
with the same problem,
which could challenge
their common bound.)
Or,
will
he
slowly
lose
his
strength
and
softly
melt
to
liquid...
state?
Or,
will he SUDDENLY be defeated and sublimate?!
... to g a s e o u s state.
Well,
and why not
change his will
and Naturally go
over all transition phases
he finds in his Way,
trying, learning, and enjoying
each phase transition
and each state?!
(This way he could learn
each phase transition has an inverse one,
and even discover
there is a fourth state.)
Then he could better decide
in what state he wants to be
and which transition(s) to go by!
And even if
at some point
he decides
and comes to be
an ice cube again
he will be more solid than he was before
because he will be an ice cube
who, having experienced all the states,
has chosen to be in the solid one.
"To be, or not to be?"
Not to be, to Be!
Carlos Afonso
(Oxford, 12 July 2010)
This poem is an evident extension of my previous poem "An ice cube" (http://desentropiando.blogspot.com/2010/07/poem-ice-cube-carlos-afonso.html).
domingo, 11 de julho de 2010
Poem "An ice cube", Carlos Afonso
An ice cube
drifting
in boiling water
trying to keep
his solid state.
How long
will he manage?
Long enough
to find
and merge with
another ice cube?!
(Then
they would be
two ice cubes
with the same problem.)
Or,
will
he
slowly
lose
his
strength
and
softly
melt
to
liquid...
state?
Or,
will he SUDDENLY be defeated and sublimate?!
(... to gaseous state.)
Well,
and why not
change his will
and Naturally go
over all transition phases
he finds in his Way,
trying, learning, and enjoying
each transition process
and each phase state?!
(He might even discover
there are other states!)
Carlos Afonso
(Oxford, 11 July 2010)
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
"Cumpre alto. Sê teu filho."
Fonte: Arquivo Pessoa (http://arquivopessoa.net/textos/2615)."Nunca a alheia vontade, inda que grata,"
Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Ninguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
Cumpre alto. Sê teu filho.
Ricardo Reis
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O dia perfeito de Morrie Schwartz
O livro "As Terças com Morrie" de Mitch Albom é baseado na história real de Morrie Schwartz. Sendo um dos meus livros favoritos deverá aparecer por aqui muitas vezes. Por agora pretendo apenas deixar um pequeno excerto. Mas como é a primeira vez que falo dele, primeiro vou deixar aqui o texto que está na contra-capa para contextualizar:
"Morrie Schwartz foi professor de Mitch Albom na universidade. Ensinava Sociologia e marcou-o profundamente. Vinte anos mais tarde, Mitch sabe acidentalmente, através dum programa de televisão, que o seu professor está a morrer com uma doença que o consome lentamente. Mitch é um cronista desportivo muito atarefado. Morrie teve uma vida cheia com amigos, família, ensino, música.
O reencontro entre os dois homens prolonga-se por catorze Terças-Feiras, em que o professor conduz o seu antigo aluno numa jornada comovente pelas mais simples e mais gratificantes lições da vida - e da morte."
Agora sim, o excerto que quero escrever aqui hoje:
Fonte: "As Terças com Morrie", Mitch Albom, Sinais de Fogo, 1ª Edição (1999), págs. 202-204."Tentei imaginar Morrie saudável. Tentei imaginá-lo a levantar os cobertores do corpo, a sair daquela cadeira, e irmos os dois passear na vizinhança, da maneira como costumávamos passear à volta do campus.
Realizei, de repente, que se passaram dezasseis anos desde que o vira em pé. Dezasseis anos?
E se tivesses um dia perfeitamente saudável, perguntei eu? O que é que fazias?
- Vinte e quatro horas?
Vinte e quatro horas.
- Vejamos... Levantava-me de manhã, fazia os meus exercícios, tomava um belo pequeno almoço, com pãezinhos doces e chá, ia nadar, depois convidava os meus amigos para um belo alomoço aqui. Fazia-os vir um ou dois de cada vez, para que pudéssemos falar das suas famílias, dos seus assuntos, falar de quanto significamos uns para os outros.
«Depois gostava de ir dar um passeio, num jardim com algumas árvores, observar as suas cores, observar os pássaros, absorver a Natureza que já não vejo há tanto tempo.»
«À noite, iríamos todos juntos a um restaurante com massas óptimas, talvez um pato - adoro pato - e depois dançávamos o resto da noite. Eu dançaria com todas as maravilhosas parceiras que há por aí, até ficar exausto. E depois viria para casa e teria uma noite de sono profundo e maravilhoso.»
É só isso?
- É só isso.
Era tão simples. Tão mediano. Realmente, fiquei ligeiramente desiludido. Pensei que viajasse para Itália, ou almoçasse com o presidente, cavalgasse à beira mar, ou tentasse todas as coisas exóticas em que pudesse pensar. Depois de todos estes meses, ali deitado, incapaz de mover uma perna ou um pé, como podia ele encontrar a perfeição num dia tão normal?
Depois é que vi que a questão era mesmo essa."
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"Que duvidávida afinal a vida"
Eco da anterior
Que dúvida Que dívida Que dádiva
Que duvidávida afinal a vida
David Mourão-Ferreira
Este poema, que é um dos meus favoritos, parece ter sido, tal como o nome indica, o "eco" de um poema anterior. De facto, ele faz parte de "As sinopses" do livro "Matura Idade" e a sinopse anterior (que parece ter-lhe dado origem) é a seguinte:
Fonte: Poemas retirados do livro "Obra Poética 1948-1988", David Mourão-Ferreira, Editorial Presença, 5ª Edição, págs. 260-261.Colina
No alto da colina apenas a coluna
E a manhã decapita as cabeças da hidra
Mas vão todas gritando ao cair uma a uma
A dúvida ou a vida A dúvida dúvida ou a vida
Se regressares ao ponto onde estava a coluna
vês somente no chão as cabeças da hidra
E decifras agora ao vê-las uma a uma
que a dúvida é a vida A dúvida é a vida
David Mourão-Ferreira
terça-feira, 20 de outubro de 2009
"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida", Sérgio Godinho
O Primeiro Dia
A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
Sérgio Godinho
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